Por Fabiana Silva
Eu sempre fui um garoto muito tímido e do interior, mal conseguia pronunciar algumas palavras em público ou na presença de pessoas pouco conhecidas. Consequentemente, no auge dos meus 22 anos ainda era virgem e nunca havia namorado.
Como não podia ser diferente, isso era motivo de gozação entre os meus poucos amigos. Vez ou outra eles tentavam me apresentar uma garota legal, mas eu conseguia estragar tudo, pois cumprimentava as garotas com tapas nas costas como se fossem homens, ou ficava vermelho e não conseguia falar nada. Nessa altura vocês já notaram que eu era tapado.
No meu aniversário de 23 anos, dois primos resolveram me chamar pra ir num puteiro. Eu resisti o quanto pude, mas enfim resolvi ir, pois não queria morrer virgem e tinha certeza que depois dessa experiência perderia a timidez, ao menos um pouco.
Eu sabia que não teria coragem de ir a tal casa de fornicação sem beber algo, então primeiro fomos a um boteco, bebemos alguma coisa e seguimos para o lar dos hereges (como minha mãe costumava chamar). Quando entramos na casa, senti o desejo aflorar, e tentei me lembrar do que meus primos me falaram horas antes:
-Nunca fique com alguém que tenha a voz mais grossa que a sua, nem pense em pegar o telefone da garota e muito menos tentar pagá-la com VR ou VA, por mais que ela possa servir de comida.
E então eu e meus primos caminhamos pelo salão, avaliando as possíveis candidatas. Logo de cara gostei de uma garota magra de cabelos vermelhos e pele branca. Meus primos percebendo a minha preferência perguntaram se eu queria que a chamassem. Ela veio em minha direção com um sorrisinho malicioso:
– Oi, amor!
– Oi, meu nome é Gil e o seu?
– Shakira amor…
Achei o nome engraçado e muito sem jeito pra começar uma conversa já fui logo perguntando quanto ela cobrava – Nossa, está apressadinho hein! Ok, o programa é cinquenta, mas isso não inclui o “flaice”- Fiquei confuso sem ter ideia do que significava o tal “flaice”, e gaguejei:
– Ma-mas o que é o “flaice”?
– É o bumbum bobinho!
Fiquei vermelho pensando que mal sabia o que fazer com a xuranha e por isso era melhor deixar o programa sem o “flaice” mesmo. Nesse momento pensei que ia para o inferno ou que minha mãe me mataria se soubesse o que estava prestes a fazer.
Mas a ruiva era bem envolvente e logo nós dois fomos para o quarto. Eu tremia só de ver o corpo dela no canto do olho, e comecei a pensar se sabia o que devia fazer. Ela começou a me despir e a passar as mãos por todo o meu corpo. Então eu subi em cima dela e de repente senti uma vontade incontrolável de tê-la, que me fazia perder em parte a timidez.
Terminei de despi-la e comecei a fazer movimentos intensos, enquanto pensava feliz que minha primeira vez estava sendo ótima. Foi então que a ruiva com um sorriso malandro disse:
– Ei se quiser já pode colocar dentro tá!
Eu fiquei totalmente sem jeito e a Shakira percebendo o que estava rolando me ajudou a achar o caminho certo e foi ai que comecei a me sentir o mais animal dos animais, só que não.
Nota: A expressão “xuranha” é uma homenagem a um amigo gaúcho.